sexta-feira, 18 de fevereiro de 2011

Formação Módulo III - Alfabetização e Letramento

A formação do Módulo III do curso de extensão Escola Ativa e Educação do Campo aconteceu de 18 a 22 de outubro de 2010 no município de Parelhas, com participação de todos os professores das escolas do campo de Parelhas e Santana do Seridó. A referida formação teve como objetivo:

• Oportunizar através de estudo teórico e atividades vivenciais, a reflexão acerca da alfabetização e letramento, suas concepções e as práticas que favorecem a apropriação desses processos pelas crianças das classes multisseriadas das escolas do campo, considerando os elementos e instrumentos da Escola Ativa.

A seguir vejamos um resumo das atividades desenvolvidas:


Dia 18/10/2010:

As atividades tiveram início com uma mensagem intitulada: “Sejam bem vindos” e conseqüentemente com a distribuição da pauta do dia.
A Secretária de Educação do município de Parelhas, Ildelita Roque, fez a abertura da formação, falando da sua importância e realizou uma reflexão dirigida aos professores em homenagem ao seu dia.
Prosseguindo o encontro, conduziu-se a elaboração coletiva dos combinados a serem cumpridos durante a semana, bem como a formação dos Comitês de Trabalho: Registro, Animação e Leitura e Avaliação.
Dando prosseguimento, a professora Maria de Lourdes Souza, que veio contribuir com a formação, conduziu uma atividade de levantamento dos conhecimentos prévios dos participantes acerca do que pensam sobre alfabetização e letramento, construindo um painel. O objetivo da atividade foi perceber o que os cursistas já sabem sobre a temática e retomar esses conceitos ao final do módulo, para assim verificar possíveis mudanças de pensamento.
Deu-se uma explanação em slides sobre o tema, com discussões e reflexões dos pontos apresentados. Após esse momento, foi realizada uma reflexão a partir da poesia “O que é letramento”, de Kate M. Chong.
Prosseguindo, houve a divisão de grupos para a realização de oficina acerca das concepções Mecanicista e Psicogenética de Alfabetização, onde os grupos foram estimulados a expressar seus conhecimentos sobre a temática. Realizou-se a montagem de um texto fatiado, onde os grupos iriam discutir cada idéia apresentada e relacioná-la a uma das concepções em estudo, montando um painel.
Com este procedimento, montou-se a proposta didática de alfabetização, diferenciando o trabalho com silabário e com textos. Para melhor compreensão, foi realizada a leitura das concepções das autoras Rosaura Soligo e Rosa Antunes e seguiu-se com as discussões a partir do vídeo “Em outras palavras”, onde viu-se que as crianças de 5 e 6 anos, mesmo sem ter o domínio dos processos de leitura e escrita, são capazes de construir e reconstruir textos.
Realizou-se uma leitura circular sobre mais um tema em estudo: “Ambiente Alfabetizador”, oportunizando uma discussão coletiva e complementando o estudo do texto com uma atividade prática, demonstrando um ambiente alfabetizador.
Para encerrar as atividades do dia, mais um vídeo foi apresentado, um trecho do filme Central do Brasil, identificando-se vários níveis de letramento nos personagens apresentados. Em seguida, o Comitê de Avaliação conduziu a dinâmica de avaliação e o Comitê de Registro realizou a leitura do registro das atividades do dia, encerrando com uma mensagem falando da vocação do professor.

Dia 19/10/2010:

A abertura foi feita pelo Comitê de Animação, que realizou uma dinâmica cantada, havendo assim um momento de descontração. Discutiu-se a pauta do dia e prosseguiu-se o encontro com a fundamentação a respeito da Concepção Psicogenética de Alfabetização, através de slides. Vários pontos foram destacados no que diz respeito a compreensão dos níveis de desenvolvimento das crianças e da forma como elas estruturam o pensamento no processo de alfabetização, tomando por base as pesquisas de Emília Ferreiro e Ana Teberosky.
Dando continuidade, realizou-se uma seqüencia de oficinas onde, inicialmente, os grupos analisaram as produções de algumas crianças a fim de detectar o nível de desenvolvimento da escrita em que cada uma se apresentava, tomando por base os conhecimentos que já adquiriram acerca da psicogênese da língua escrita. A seguir foi sugerida a leitura de texto do Caderno do Educador da Escola Ativa, páginas 07 a 10, o qual possibilitou a reflexão acerca das situações analisadas anteriormente, oferecendo subsídios para que os grupos repensassem seu posicionamento e reordenassem os escritos das crianças de acordo com os níveis detectados. Esta vivência permitiu aos professores perceberem que se faz necessário uma análise minuciosa das produções das crianças para que seja possível fazer um diagnóstico coerente e assim propor atividades que as ajudem a evoluir. Para enriquecer a discussão, foi apresentada uma fundamentação sobre a temática através de slides e seguiu-se com a próxima oficina, onde os grupos fizeram análise e discussão da prática pedagógica da professora Ana, identificando pontos referentes às duas etapas vivenciadas pela referida professora.
Dando prosseguimento, foi direcionada mais uma oficina em grupo onde os participantes planejaram uma atividade visando ajudar a criança a evoluir de um nível para outro, ficando a apresentação dos grupos para o dia seguinte.
Para concluir as atividades do dia, o Comitê de Avaliação conduziu a dinâmica de avaliação e o Comitê de Registro realizou a leitura do registro produzido ao longo dia, concluindo com a mensagem reflexiva “O jeito de caminhar”.

Dia 20/10/2010

Deu-se início as atividades com o Comitê de Animação que fez a acolhida e apresentou um desafio a turma, de forma que cada um se auto avaliava se era ou não um ótimo observador.
Prosseguiu-se com a reflexão a partir do texto de Ana Maria Machado, “Livros: o mundo numa rede encantada” e seguiu-se com a apresentação dos grupos, concluindo as oficinas do dia anterior.
A supervisora Rúbia Montenegro, com formação na área de Letras, foi convidada a con-duzir as atividades relativas ao estudo dos gêneros textuais, que distribuiu entre os participantes várias palavras para uma classificação destes elementos, identificando-se tipos, gêneros e suportes. Houve a exposição em mural e questionamentos a respeito da classificação destes elementos. Para melhor compreensão, a professora apresentou em slides pontos referentes aos gêneros textuais, havendo discussão no grupo, questionamentos e esclarecimento das principais dúvidas referentes à temática.
Dando continuidade, foi realizada a leitura circular do Caderno do Educador, pág. 15 a 17, favorecendo o aprofundamento do tema e a fundamentação para a atividade seguinte. Os grupos foram orientados a construir uma seqüência didática diante das sugestões de gêneros textuais apresentadas, utilizando os Cadernos de Aprendizagem e a coleção de alfabetização da Escola Ativa (ilustrados por Ziraldo). Os grupos demonstraram compreensão e responsabilidade e realizaram as atividades apresentando um planejamento detalhado a partir dos seguintes gêneros textuais: cantiga, conto, fábula e texto informativo, referindo-se aos Cadernos de Aprendizagem quando estes contemplavam os gêneros trabalhados e favorecendo a realidade da turma multisseriada à medida que apresentaram atividades direcionadas aos diversos níveis.
Com as apresentações dos grupos, foi realizada a leitura circular comentada do texto “A reinvenção da alfabetização”, seguindo-se com a avaliação e leitura do registro das atividades do dia, feitas pelos respectivos comitês.
Encerrando o dia de atividades, deu-se a exibição do vídeo de descontração “Pleonasmo” e a leitura de um texto reflexivo pelo Comitê de Animação.

Dia 21/10/2010:

Prosseguindo com o quarto dia de formação deu-se a abertura realizada pelo Comitê de Animação, a partir de uma dinâmica intitulada: A professora e a maleta. Na oportunidade, cada participante ditaria uma palavra que pudesse ser colocada dentro da maleta, relacionada ao tema da dinâmica. Conseqüentemente a integrante do comitê, Milagres, realizou uma bela leitura a respeito da bagagem que todo professor carrega em sua maleta. O comitê confeccionou as maletas e distribuiu entre os participantes. Foi distribuída a pauta do dia e logo após foi realizada a leitura comentada do texto “Os direitos imprescritíveis do leitor”.
Dando início às atividades referentes às estratégias de leitura, foram direcionadas duas oficinas. Na primeira os grupos deveriam tentar descobrir pontos referentes a um texto escrito em uma língua diferente. A partir dos conhecimentos prévios, da estrutura do texto e de elementos recorrentes a outros textos do mesmo gênero, concluiu-se que esses elementos permitiram identificar que tratava-se de uma receita de macarrão, mesmo sem ter conhecimento em relação ao código lingüístico. Na segunda, cada grupo teria o desafio de montar um texto fatiado: A verdadeira história dos Três Porquinhos. Após cada grupo apresentar sua versão, foi realizada uma discussão sobre os elementos necessários para a reconstrução do texto, de forma que a versão do grupo apresentasse lógica, quais as dificuldades encontradas e como fizeram para resolvê-las. Em seguida foi apresentada a verdadeira história, onde os grupos puderam comparar com suas versões e fazer a verificação.
As discussões iniciadas com as oficinas foram aprofundadas com a fundamentação atra-vés dos slides Prática de Leitura, realizada pela professora Maria de Lourdes Souza, onde viu-se que uma estratégia de leitura é um amplo esquema para obter, avaliar e utilizar a informação e que o leitor utiliza processos de seleção, antecipação, inferência e verificação que lhe permitem compreender e interpretar o que lê.
A professora Lourdes retomou sua participação e contou a turma uma história de Carlos Drummond de Andrade: Caso de Secretária. A história foi contada pausadamente, com suspense e questionamentos que instigavam a participação do grupo, havendo um bom momento de descontração e permitindo a utilização das estratégias estudadas para obter interpretações diferentes.
Seguindo-se com as atividades previstas para o dia, deu-se a discussão acerca do processo de produção textual, seus objetivos, importância pedagógica e etapas. Apoiando-se em apresentação de slides, foram apresentados os elementos necessários para que o aluno aprenda a produzir textos.
Partindo-se para a atividade vivencial, cada grupo foi desafiado a escrever um texto referente a um tema que não domina e discutir as dificuldades, concluindo-se que na prática de sala de aula, o professor precisa assegurar ao aluno os elementos necessários para a produção de um texto.
Dando continuidade as atividades vivenciais, os grupos foram orientados para a prática de uma produção de texto com tema pré-estabelecido, ficando assim divididos: Grupo 01: Artigo de Opinião; Grupo 02: Poesia a partir da Casadinha Literária; Grupo 03: Reescrita do Livro da Família e Grupo 04: Texto a partir de imagens.
Os grupos deram início aos trabalhos, ficando as apresentações para o dia seguinte. Para concluir as atividades, foi realizada a avaliação e leitura do registro pelos respectivos comitês, encerrando-se com a leitura do livro “O menino que a prendeu a ver”.

Dia 22/10/2010:

Prosseguindo com as do último dia da formação, deu-se a acolhida do grupo pelo Comitê de Animação e mensagem dirigida à multiplicadora Jailda Oliveira, aniversariante do dia. A seguir os grupos iniciaram as apresentações das oficinas iniciadas no dia anterior, discutindo-se cada gênero textual apresentado e as formas de trabalhá-los com as crianças.
Dando continuidade, houve a discussão sobre o que é importante considerar no processo de produção textual, onde foram colocados vários pontos, especialmente a necessidade de se evitar o texto sem contexto. Após esse momento, os professores foram convidados a retomar suas concepções sobre alfabetização e letramento, expostas em painel no primeiro dia da formação, havendo uma discussão acerca do que mudou e do que permaneceu na forma como pensavam esses dois processos. Esta vivência permitiu que o grupo percebesse que, à medida que estudamos, refletimos, trocamos idéias, vamos aprofundando nosso conhecimento de uma dada temática e reconstruindo nossos conceitos, mesmo que seja um tema conhecido. A seguir, os professores se organizaram para dar início ao planejamento das atividades para os últimos dias do mês de outubro, para o mês de novembro e dezembro, dando ênfase a atividades que favoreçam o desenvolvimento dos processos de alfabetização e letramento, buscando colocar na prática as discussões e reflexões realizadas nesta semana de formação.
Após o planejamento, o Comitê de Avaliação conduziu a dinâmica para avaliar as atividades e o Comitê de Registro realizou a leitura do registro das atividades da semana, em forma de poesia.
As atividades foram encerradas com uma confraternização.







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